quarta-feira, 5 de maio de 2010

O poder da terceira idade

Eles não se enquadram em estereótipos de vovôs que praticam esportes radicais nem de velhinhos abandonados em asilos. Os idosos brasileiros formam um grupo muito heterogêneo de 15 milhões de consumidores (14% da população adulta), que deve chegar a 30 milhões de pessoas até 2020, a maioria mulheres, com uma renda que soma R$ 7,5 bilhões ao mês, o dobro da média nacional, e que têm muito mais poder de influenciar hábitos de consumo nas famílias do que se imagina. Estas são algumas das principais conclusões de uma pesquisa inédita no Brasil sobre o perfil da terceira idade, o Panorama da Maturidade, que acaba de ser concluída pela Indicator GfK após dois anos de trabalho.
Os dados levantados mexem com a imagem tradicional dos velhinhos-problema. São eles os responsáveis pela manutenção de 25% dos lares nacionais. De cada cem entrevistados, 68 declaram ser responsáveis pelas decisões de compra da família. Apenas 15% deles não têm renda alguma..
Segundo Paulo Cidade, sociólogo e gerente da Indicator GfK, responsável pelo estudo. "As entrevistas revelaram que os idosos têm um caráter fortíssimo de formadores de opinião, geralmente cuidam dos netos para que os filhos possam trabalhar, influenciando assim toda a família’’. Ele ainda questiona: "Será que, em vez de vender imagem de beleza, não seria interessante pensar em elegância, que inclui as pessoas mais idosas?".
Esses consumidores revelaram um desejo de ser incluídos, e não separados dos demais cidadãos na hora de se verem retratados pela mídia. Afinal, eles são fortes consumidores de produtos de comunicação.
As maiores despesas dos idosos são com o supermercado, planos de saúde, luz e telefone. Nas despesas pessoais, a compra de remédios tem o maior peso, e em seguida vêm as viagens.
"Podemos concluir que há um grande mercado potencial de produtos específicos para a terceira idade, como também há uma grande necessidade de readequar os produtos e serviços que já existem para atender também os idosos", diz Paulo Cidade. Um dos problemas levantados pelos entrevistados na hora das compras, por exemplo, é a dificuldade de ler rótulos.
Fonte: Revista Meio & Mensagem

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